terça-feira, 11 de janeiro de 2011

ARLETE NOGUEIRA DA CRUZ

    Arlete Nogueira da Cruz (Machado) nasceu na estação ferroviária de Cantanhede, no interior do Maranhão. Seu pai, Raimundo Nogueira da Cruz, foi Agente da Estação da Estrada de Ferro São Luís/Teresina e sua mãe, Enoi Simão Nogueira da Cruz, poetisa e cronista.curso ginasial no Colégio Rosa Castro e o científico no Liceu Maranhense. Licenciada em filosofia pela Universidade Federal do Maranhão, cursou o mestrado em Filosofia Contemporânea na PUC/RJ, defendendo dissertação sobre Walter Benjamin. É professora aposentada da UFMA e exerceu, por quase duas décadas, vários cargos na área da cultura, procurando desenvolver importante trabalho em favor das artes no Maranhão.

Tem incursões no jornalismo e no ensaísmo e atuação importante na vida cultural maranhense nas décadas de 60, 70 e 80. Seu primeiro livro, A parede, lançado em 1961, foi escrito quando tinha menos de 20 anos. Josué Montello, que descobriu esse livro numa viagem que fez a São Luís, em 1959, inscreveu-o na Academia Brasileira de Letras, onde obteve o terceiro lugar no Prêmio Júlia Lopes de Almeida, em 1960.
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                 Há quarenta e cinco anos, Arlete Nogueira da Cruz lançava o romance A Parede. Essa obra haveria de se constituir um marco literário na carreira da escritora, causando um impacto tão forte em sua criatividade, que continuou percutindo em todas as obras que publicou posteriormente.

Um dos aspectos mais importantes do estilo da autora é a simplicidade que perpassa toda a narrativa ao longo dos 10 capítulos.

As duas obras em questão A Parede e Litania da Velha são indissociáveis, porque representam ambas um périplo pela cidade histórica de São Luís. São obras minimalistas que seguem as experiências de releituras e desconstruções de escritores como Xavier de Maistre (A vida em torno do meu quarto), Kafka (Metamorfose) e Samuel Beckett (Molloy) sobre a viagem humana num plano do ser acuado e emparedado.

No romance A Parede, o protagonista da primeira pessoa sugere a marca autobiográfica que, possivelmente, retrata as vivências e experiências da autora, da adolescência aos vinte anos.

Em Litania da Velha, o protagonista, a Velha, é uma representação da própria cidade de São Luís personificada. Cidade e pessoa se identificam marcadas pela metamorfose do desgaste do tempo representado metaforicamente pelo salitre.

No caso das obras, já citadas, que precedem A Parede, os protagonistas estão circunscritos a um quarto, ou seja, entre paredes. Não só às paredes concretas do quarto, mas às paredes da alma, barreiras psicológicas que os impedem de deixarem de se anular até ao aniquilamento.www.guesaerrante.com.br.                                             


Arlete Nogueira da Cruz: 70 anos de vida/45 de literatura